Em 2006, na Igreja Batista Shaon, nasceu uma oportunidade de se colocar no lugar do próximo através do projeto “Restaurante Céu Aberto”. Foi nesse momento que meu primeiro contato com Jesus se iniciou, ao conhecer alguns irmãos que serviam café da manhã e marmitas na frente da igreja. Esse trabalho voluntário despertou algo dentro de mim, uma vontade de fazer a diferença.
Cheguei à igreja de muletas, pois havia sido baleado no trabalho um mês antes de tudo começar. Fui convidado a participar de uma célula, onde fui acolhido e bem tratado por todos. Então, decidi me colocar à disposição dos trabalhos da igreja e comecei lavando louças.
Servíamos diariamente 1000 pães e 500 marmitas. Tornei-me ativo nos trabalhos voluntários da igreja, trocando fraldas na creche e enfrentando a famosa “filinha do cocô”. Porém, minha saúde começou a piorar e fui diagnosticado com diversas enfermidades: diabetes tipo 2, infecção urinária, pedra na vesícula, problemas nos rins e hepatite B e C em estágio F3. Os médicos me deram apenas 60 dias de vida, pois meu estado era grave e irreversível.
No entanto, Deus tinha um chamado para mim. Após várias consultas médicas com o mesmo diagnóstico, ajoelhei-me e clamei a Deus. Fiz uma promessa de que, se Ele me curasse, dedicaria minha vida a servi-Lo enquanto respirasse. Surpreendentemente, após 15 dias, todas as enfermidades desapareceram, exceto a hepatite C.
Durante o tratamento com diversas drogas, que causavam muita dor física e mental, eu precisava ocupar minha mente e me manter ativo. Após 18 meses de sofrimento, retornei à creche como voluntário. Passamos a receber grandes panelões de sopa todas as quartas-feiras, destinadas às crianças. Foi então que uma irmã corajosa lançou o desafio de levar essa sopa para distribuir na comunidade carente da Pluma.
Assim nasceu o projeto “Excluídos”. Toda quarta-feira, das 20h às 21h30, alimentamos pessoas em situação de rua, prostitutas, alcoólatras, dependentes químicos, entre outros. Em 2010, surgiu outro projeto, a “Ação do Amor”. Preparávamos marmitas e as distribuíamos nas ruas de Curitiba durante a madrugada.
Em 2011, mudei para a cidade de Fazenda Rio Grande, onde iniciamos um trabalho bíblico com as crianças da comunidade do bairro Santa Terezinha. Após o estudo, oferecíamos um lanchinho esperado pelas crianças. Nas datas comemorativas, arrecadávamos doações de roupas, brinquedos e calçados, fazendo toda a diferença em suas vidas.
Nosso trabalho começou a crescer na cidade, e passamos a cuidar de famílias em situação de vulnerabilidade, fornecendo cestas básicas, oportunidades de trabalho e muito mais. Comunidades terapêuticas ouviram falar sobre nosso trabalho nas ruas e começaram a nos procurar. Estabelecemos parcerias com essas comunidades, com o propósito de transformar vidas e reintegrar essas pessoas à sociedade.
Hoje, ajudamos outros projetos, como lar de idosos, comunidades terapêuticas e casas de recuperação masculinas e femininas. Durante toda a pandemia, não deixamos nossos irmãos de lado. Levamos marmitas, cobertores, roupas de frio e estivemos sempre presentes, ao lado de nossa equipe de valentes voluntários.